terça-feira, abril 24, 2007

De Helena Verdugo Afonso

MENTIRA


Acreditei na vida, e foi assim

que, cheia de alegria e de esperança,

deixei alimentar dentro de mim

um amor puro e ledo, de criança.


Pensei ter alcançado então, o fim

por mim tão desejado, e, sem tardança,

senti-me venturosa, escrava enfim,

julgando meu o que ninguém alcança.


Mas, aí! Tu só mentiste. E foi em vão

que tentei afogar no coração

o pranto desta mágoa que delira...


O teu amor, que tanto ambicionei

e a que tão loucamente me entreguei,

não passava, afinal, de uma mentira!...