sábado, junho 30, 2007

Uma pérola de Rubem Alves

"O amor por um homem ou por uma mulher
acontece quando, repentinamente, ao ver um rosto,
tem-se a impressão de havê-lo visto lá,
dentro da cena da alma".

sábado, junho 23, 2007

Eternamente, como em O Beijo, de Rodin

“[Abelardo e Heloísa] Continuaram a se amar pelo resto de suas vidas com o poder da memória e da saudade – até que a morte os unisse eternamente.”
...
“Ainda hoje, decorridos quase 900 anos, os namorados visitam aquele túmulo. Talvez para suplicar a Deus que eles estejam abraçados eternamente, como em O Beijo, de Rodin. Talvez para pedir que nos seja dada a felicidade de viver um amor como aquele, mas sem ter de viver a sua dor.”

Fragmentos de Abelardo e Heloísa, de Rubem ALves, sobre a linda história de uma jovem que se apaixonou pelo tutor e com ele viveu o único e verdadeiro amor de sua vida. Há um filme inspirado neles - "Em nome de Deus" (Stealing Heaven, 1988), que eu vi pela primeira vez em 1996. Recomendo.

sexta-feira, junho 15, 2007

Um outro olhar

Vi e revi o importante documentário “A revolução não será televisionada” (The revolution will not be televised, Irlanda, 2003) sobre as tramas que levaram ao golpe contra o governo Hugo Chávez, em abril de 2002, na Venezuela. Penso que todo estudante de jornalismo, professor e profissional deveriam assistir-lhe. No mínimo, é um contraponto a tudo o que lemos ou escutamos na cobertura sobre a política de Chávez aqui no Brasil.
O resultado aconteceu meio que por acaso: dois cineastas irlandeses, Kim Bartley e Donnacha O’Briain, estavam na Venezuela realizando, havia seis meses, um documentário sobre Chávez, quando foram surpreendidos pela articulação (da elite com os meios de comunicação) e o desencadeamento do golpe. Como tinham permissão para acompanhar o dia-a-dia do governo, eles puderam registrar momentos de trama, tensão, violência, inclusive há cenas no interior do Palácio Mira Flores. O documetário termina com a recondução de Chávez ao poder. Pelas mãos do povo, em uma espetacular reação ao golpe. Vale a pena.


Em busca do outro

Às vezes, ela me faz chorar...

"Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o meu! E como hoje busco com sofreguidão e aspereza o meu melhor modo de ser, o meu atalho, já que não ouso mais falar em caminho. Eu que tinha querido. O Caminho, com letra maiúscula, hoje me agarro ferozmente à procura de um modo de andar, de um passo certo. Mas o atalho com sombras refrescantes e reflexo de luz entre as árvores, o atalho onde eu seja finalmente eu, é outro, é os outros. Quando eu puder sentir plenamente o outro estarei salva e pensarei: eis o meu porto de chegada."
(A descoberta do mundo, pág. 118)


Em busca do prazer

Só poderia ser dela: a diva Clarice Lispector


"E tanto sofrimento por estar, às vezes sem nem saber, à cata de prazeres. Não sei como esperar que eles venham sozinhos. E é tão dramático: basta olhar numa boate à meia luz os outros: a busca do prazer que não vem sozinho e de si mesmo. A busca do prazer me tem sido água ruim: colo a boca e sinto a bica enferrujada, escorrem dois pingos de água morna: é a água seca. Não, antes o sofrimento legítimo que o prazer forçado."
(A descoberta do mundo, pág. 404)

segunda-feira, junho 11, 2007

Inspiração...

Nada como um Fernando Pessoa para começar o dia...

"Quando te vi amei-te já muito antes,
Tornei a achar-te quando te encontrei.
Nasci para ti antes de haver o mundo."